Neste final
de ano, não poderia deixar de citar a Champangne em nossos comentários. Esse
líquido que encanta e provoca sensações que variam entre o “poder, alegria e, é
claro, muito prazer!
À simples
evocação do nome do rei dos vinhos, os espíritos se acendem e os olhos brilham,
antecipando motivos muito especiais para comemorar. Além do champanhe, os
vinhedos da região também dão origem a outros vinhos de qualidade, como o
Ambonnay, o Bouzy, o Cumières ou o Vertus. E fazem um excelente acompanhamento
à tradicional e refinada cozinha local.
Já visto
que o vinho base do espumante vem de regiões mais frias, com verão menos
ensolarado e de curta duração. Também de onde se originou o Champagne e seu
glamour. Mas o que especificamente a região do Champagne que na verdade é uma
Região Administrativa (Estado) francês tem de tão especial, afinal a região
alemã do Mosela e os vinhos do Luxemburgo ficam na mesma latitude.
Perto de
Paris algo como 150 quilômetros, de carro pouco mais que duas horas, a
abençoada região de Champagne possui clima e solos ideias para o cultivo das
castas que darão origem ao vinho base, tradicionalmente, Pinot Meunier, Noir e
Chardonnay.
Solo
Diferentemente
da outros locais o solo aqui é composto de giz. O solo de giz (calcário)
reflete a luz do dia aumentando, no momentos necessários a quantidade de
sol que a uva precisa.
Clima
A região é
muito chuvosa e os vinhedos estão plantados, em geral no plano, como fazer com
o excesso de água? O giz absorve grande parte desta água mantendo a sanidade da
videira. As raízes da videira, quando necessário podem descer 8 metros ou mais
a procura de alimento. Mas se tivermos excesso de matéria orgânica na
superfície ou mesmo ausência de necessidade da raiz descer há um problema, pois
elas passam a crescer para os lados impedindo o correto desenvolvimento da
planta. E solos muito úmidos são solos ricos em matéria orgânica. O verão é
época de pouca chuva, como fazer para ”molhar” o solo? O mesmo giz que
absorveu a água agora a devolve, lentamente, para a videira. Aí estão as
diferneças.
Claro que
há micro-climas na região do Champagne, principalmente em razão da altura em
que os vinhedos são plantados. Já visto que a altura exerce forte influência no
desenvolvimento final da uva. Plantadas mais ao alto o amadurecimento final é
mais lento o que gera muita diferença no vinho a ser produzido.
Por fim vêm
décadas de experiência na produção deste vinhos, desde a videira até a garrafa
o que traz um diferencial muito grande.
Mas
cuidado. Vale a mesma lembrança, em termos de tinto, somos muito guiados pelo
estilo Parker, vinhos tintos retintos. Então temos a imagem de que os vinhos
caros, na Europa, seguem este estilo o que gera decepções. Paguei caro e vem
este vinho “aguado”!
No
Champagne é semelhante. Temos a noção de Champagne bom é aquele que a taça
entra em ebulição de tantas borbulhas. Nem sempre é assim, quando jovem OK mas
quanto mais velha for, por óbvio esta explosão de bolhas vai embora, mas em
compensação estamos a frente de uma verdadeira jóia engarrafada.
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