quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

FALANDO SOBRE VINHOS - PORTUGAL - REGIÃO DO DOURO






A Região Demarcada do Douro estende-se por 250.000 hectares ao longo da bacia hidrográfica do Rio Douro, um rio poderoso que percorre 927 kms desde a nascente nos Picos de Urbión, em Espanha, até à cidade do Porto. Pelo meio atravessa várias regiões vinícolas, sendo a mais impressionante a Região Demarcada do Douro com os seus vales íngremes e cachões estreitos e selvagens.  

Antigamente, era apenas no Alto Douro que a cultura da vinha tinha grande expansão, sendo nessa altura a designação de ' Alto Douro ' adoptada pelos autores para se referirem à zona vinhateira que hoje é o Baixo e o Cima Corgo. Um dos limites originais de demarcação separava o Alto Douro do Douro Superior, na zona do Cachão da Valeira. Esta divisão devia-se a um acidente geológico (o monólito de granito existente no rio que impedia a navegação do Rio Douro para montante desse obstáculo).Era visível a diferença entre as duas zonas, bastando verificar o desenvolvimento mais notório da cultura da vinha no Alto Douro.


Posteriormente, com a remoção do bloco de granito no reinado de D. Maria, a cultura da vinha estendeu-se para leste, embora continuando a representar no Douro Superior uma importância menor do que no Alto Douro. Com a reforma administrativa de 1936, a própria região do Alto Douro passou a ser designada por Baixo Corgo e Alto Corgo, servindo esta subdivisão também para diferenciar os vinhos produzidos numa ou noutra sub-região. A áera de vinha assume maior importância no Baixo Corgo, onde ocupa cerca de 29,9% da área desta sub-região, que se estende desde Barqueiros na margem Norte e Borrô na margem Sul até à confluência dos rios Corgo e Ribeiro de Temilobos com o Douro. O Cima Corgo estende-se para montante até ao Cachão da Valeira, tendo menor importância a área cultivada de vinha. O Douro Superior prossegue até à fronteira com Espanha.


Caracterização das Sub-Regiões

Sub-Região
Área Total (ha)
%
Área com vinha (ha)
% da Área total
Baixo Corgo
45.000
18
14.501
32,2
Cima Corgo
95.000
38
20.915
22,0
Douro Superior
110.000
44
10.197
9,3
Total
250.000

45.613
18,2

Solo
Os solos são na sua quase globalidade derivados de xisto, havendo uma formação geológica envolvente de natureza granítica. No que toca ao material originário dos solos, a maior parte da Região Demarcada, em particular ao longo do vale do Douro e seus afluentes, pertence à formação geológica do complexo xisto - grauváquico ante - ordovício, com algumas inclusões de uma formação geológica de natureza granítica, envolvente. No que se refere a características físico-químicas dos solos: (i) dominam as texturas franco - arenosa fina e franco - limosa, com elevada quantidade de elementos grosseiros nos Antrossolos, tanto à superfície como no perfil, o que confere protecção contra a erosão hídrica, boa permeabilidade às raízes e à água e elevada absorção de energia radiante com consequências positivas na maturação e na diminuição da amplitude térmica diurna; (ii) baixos teores de matéria orgânica da região. (1,5%); (iii) predominância de reacção ácida (pH H2O entre 4,6 a 5,5) e, em menor escala, pouco ácida (pH H2O entre 5,6 a 6,5), em ambos os casos com baixos valores de cálcio e magnésio de troca; (iv) valores geralmente muito baixos a baixos em fósforo extraível (<50 mg.kg-1) e médios a altos de potássio extraível (50 a 100 mg.kg-1).



Clima

A região caracteriza-se por Invernos muito frios e Verões muito quentes e secos. “9 meses de Inverno e 3 meses de Inferno” atesta a sabedoria popular. Dada a enorme profusão de micro-climas, a região é dividida em 3 sub-regiões que variam muito em termos de temperatura e de precipitação: Baixo-Corgo, Cima-Corgo e Douro Superior. A individualidade do Douro deve-se à sua localização, sendo grande a influência que exercem as serras do Marão e de Montemuro, servindo como barreira à penetração dos ventos húmidos de oeste. Situada em vales profundos, protegidos por montanhas, a região caracteriza-se, como dito anteriormente, por ter invernos muito frios e verões 
muito quentes e secos.


Castas

A grande diversidade de castas existentes no Douro, adaptáveis a diferentes situações de clima, demonstra as condições óptimas para a cultura da vinha existentes na região. As castas, na sua maioria autóctones, estão enxertadas em diversos porta-enxertos, escolhidos segundo a sua afinidade para as castas e características do solo. O encepamento da região, aliás como o de todas as regiões demarcadas, está regulamentado através de decreto-lei, sendo aí referidas as castas autorizadas e recomendadas e a respectiva percentagem. Actualmente, nas novas plantações tem-se optado por um número mais reduzido de castas, eleitas pelas suas características particulares. Nas castas tintas destacam-se a Tinta Amarela, Tinta Barroca, Tinta Roriz, TourigaFrancesa, Touriga Nacional e Tint0 Cão; as castas brancas predominantes são a Malvasia Fina, Viosinho, Donzelinho,Gouveio. No que diz respeito à produtividade, a região não se caracteriza por ter castas muito produtivas. Será de referir que o rendimento máximo permitido é de 55 hl/ha (cerca de 7.5OOkg/ha). A produtividade média é de cerca de 30 hl/ha (4. 100kg/ha).


Foi demarcada em 1756 com o intuito de promover a qualidade dos seus vinhos, sendo considerada a primeira região demarcada do mundo!

OBRIGADO!!! TIM TIM!!!

Um comentário:

  1. Muito Bom Danilo, este apanhado!
    Visite-me, e vamos trocar ideia!

    Ps: Adoro toda matéria a que se refere ao portugueses!

    Obrigada!

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