A
Região Demarcada do Douro estende-se por 250.000 hectares ao longo da bacia
hidrográfica do Rio Douro, um rio poderoso que percorre 927 kms desde a nascente
nos Picos de Urbión, em Espanha, até à cidade do Porto. Pelo meio atravessa
várias regiões vinícolas, sendo a mais impressionante a Região Demarcada do
Douro com os seus vales íngremes e cachões estreitos e selvagens.
Antigamente, era apenas no Alto Douro que a cultura da vinha tinha grande expansão, sendo nessa
altura a designação de ' Alto Douro ' adoptada pelos autores para se referirem
à zona vinhateira que hoje é o Baixo e o Cima Corgo. Um dos limites originais
de demarcação separava o Alto Douro do Douro Superior, na zona do Cachão da
Valeira. Esta divisão devia-se a um acidente geológico (o monólito de granito
existente no rio que impedia a navegação do Rio Douro para montante desse obstáculo).Era
visível a diferença entre as duas zonas, bastando verificar o desenvolvimento
mais notório da cultura da vinha no Alto Douro.
Posteriormente,
com a remoção do bloco de granito no reinado de D. Maria, a cultura da vinha
estendeu-se para leste, embora continuando a representar no Douro Superior uma
importância menor do que no Alto Douro. Com a reforma administrativa de 1936, a
própria região do Alto Douro passou a ser designada por Baixo Corgo e Alto
Corgo, servindo esta subdivisão também para diferenciar os vinhos produzidos
numa ou noutra sub-região. A áera de vinha assume maior importância no Baixo
Corgo, onde ocupa cerca de 29,9% da área desta sub-região, que se estende desde
Barqueiros na margem Norte e Borrô na margem Sul até à confluência dos rios
Corgo e Ribeiro de Temilobos com o Douro. O Cima Corgo estende-se para montante
até ao Cachão da Valeira, tendo menor importância a área cultivada de vinha. O
Douro Superior prossegue até à fronteira com Espanha.
Caracterização das Sub-Regiões
Sub-Região
|
Área Total (ha)
|
%
|
Área com vinha (ha)
|
% da Área total
|
Baixo Corgo
|
45.000
|
18
|
14.501
|
32,2
|
Cima Corgo
|
95.000
|
38
|
20.915
|
22,0
|
Douro Superior
|
110.000
|
44
|
10.197
|
9,3
|
Total
|
250.000
|
45.613
|
18,2
|
Solo
Os
solos são na sua quase globalidade derivados de xisto, havendo uma formação
geológica envolvente de natureza granítica. No que toca ao material originário
dos solos, a maior parte da Região Demarcada, em particular ao longo do vale do
Douro e seus afluentes, pertence à formação geológica do complexo xisto -
grauváquico ante - ordovício, com algumas inclusões de uma formação geológica
de natureza granítica, envolvente. No que se refere a características
físico-químicas dos solos: (i) dominam as texturas franco - arenosa fina e
franco - limosa, com elevada quantidade de elementos grosseiros nos
Antrossolos, tanto à superfície como no perfil, o que confere protecção contra
a erosão hídrica, boa permeabilidade às raízes e à água e elevada absorção de
energia radiante com consequências positivas na maturação e na diminuição da
amplitude térmica diurna; (ii) baixos teores de matéria orgânica da região.
(1,5%); (iii) predominância de reacção ácida (pH H2O entre 4,6 a 5,5) e, em
menor escala, pouco ácida (pH H2O entre 5,6 a 6,5), em ambos os casos com
baixos valores de cálcio e magnésio de troca; (iv) valores geralmente muito
baixos a baixos em fósforo extraível (<50 mg.kg-1) e médios a altos de
potássio extraível (50 a 100 mg.kg-1).
Clima
A
região caracteriza-se por Invernos muito frios e Verões muito quentes e secos.
“9 meses de Inverno e 3 meses de Inferno” atesta a sabedoria popular. Dada a
enorme profusão de micro-climas, a região é dividida em 3 sub-regiões que
variam muito em termos de temperatura e de precipitação: Baixo-Corgo,
Cima-Corgo e Douro Superior. A individualidade do Douro deve-se à sua
localização, sendo grande a influência que exercem as serras do Marão e de
Montemuro, servindo como barreira à penetração dos ventos húmidos de oeste.
Situada em vales profundos, protegidos por montanhas, a região caracteriza-se,
como dito anteriormente, por ter invernos muito frios e verões
muito quentes e secos.
Castas
muito quentes e secos.
Castas
A grande diversidade de castas existentes no Douro, adaptáveis a diferentes situações de clima, demonstra as condições óptimas para a cultura da vinha existentes na região. As castas, na sua maioria autóctones, estão enxertadas em diversos porta-enxertos, escolhidos segundo a sua afinidade para as castas e características do solo. O encepamento da região, aliás como o de todas as regiões demarcadas, está regulamentado através de decreto-lei, sendo aí referidas as castas autorizadas e recomendadas e a respectiva percentagem. Actualmente, nas novas plantações tem-se optado por um número mais reduzido de castas, eleitas pelas suas características particulares. Nas castas tintas destacam-se a Tinta Amarela, Tinta Barroca, Tinta Roriz, TourigaFrancesa, Touriga Nacional e Tint0 Cão; as castas brancas predominantes são a Malvasia Fina, Viosinho, Donzelinho,Gouveio. No que diz respeito à produtividade, a região não se caracteriza por ter castas muito produtivas. Será de referir que o rendimento máximo permitido é de 55 hl/ha (cerca de 7.5OOkg/ha). A produtividade média é de cerca de 30 hl/ha (4. 100kg/ha).
Foi
demarcada em 1756 com o intuito de promover a qualidade dos seus vinhos, sendo
considerada a primeira região demarcada do mundo!
OBRIGADO!!! TIM TIM!!!
OBRIGADO!!! TIM TIM!!!
Muito Bom Danilo, este apanhado!
ResponderExcluirVisite-me, e vamos trocar ideia!
Ps: Adoro toda matéria a que se refere ao portugueses!
Obrigada!